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O discurso religioso tem sido debatido nos mais diversos meios (principalmente nas aulas de Língua Portuguesa pra alunos de Jornalismo). Um dos assuntos mais debatidos nas últimas semanas, foi a participação do Pastor Silas Malafaia no programa De Frente Com Gabi, da apresentadora Marília Gabriela, no SBT. A pergunta é a mesma: quem “venceu” o debate?

Na realidade, não houve vencedor. Numa conversa enérgica, de vários argumentos, apenas duas coisas prevaleceram: a ideologia pífia de Silas Malafaia e a frigidez de Marília Gabriela. A jornalista (conceituadíssima, por sinal), talvez tenha tido preguiça de ir um pouco além na pesquisa do “perfil” de seu entrevistado. Questionado acerca do que chama de “Teologia da Prosperidade”, Silas Malafaia foi direto. “Existe o besteirol da teologia da prosperidade e existe a teologia da prosperidade da Bíblia. Qual o besteirol da teologia da prosperidade? Seria, ‘olha, vem pra Deus que você vai ficar rico, vem pra Deus que se você tem um emprego, você vai ser patrão”. Segundo o pastor, ele não prega o tal “besteirol”. Vamos aos fatos. Em 2009, Malafaia, em seu programa de televisão, juntou-se com Morris Cerullo, um Pastor Norte-Americano, para falar de teologia da prosperidade. Na ocasião, Malafaia pedia doações de R$ 900,00, em troca de bênçãos divinas. A explicação para o valor da doação seria o ano ser 2009. Uma mistura da religião evangélica com o misticismo. Por falta de pesquisa, Marília Gabriela perdeu esse ponto, que, através desse vídeo, poderia ter derrubado alguns argumentos de Malafaia.

O ápice da entrevista, foi quando a conversa chegou na questão da homossexualidade. Silas, como eu, você a torcida do Corinthians já sabemos, combate abertamente a homossexualidade, a PLC 122 (projeto de lei que torna a homofobia um crime) e também a união civil estável entre pessoas do mesmo sexo. A partir daí, Malafaia se alterou um pouco, imprimindo um discurso mais enérgico (e um tom de voz bem mais alto), que talvez tenha intimidado um pouco a jornalista. Ao falar da PLC 122, ficou claro que, para Malafaia, ela não deve ser aprovada de modo algum, pois os mesmos direitos que eles solicitam no projeto já são assegurados pela Constituição. Talvez tenha faltado em Grabriela o argumento de que a PLC 122 não vem para dar regalias aos homossexuais, mas sim para reforçar um direito de Constituição, quem vem sido esquecido nos últimos tempos. O número de assassinatos de heterossexuais pode até ser maior do que o homossexuais. A questão que se debate não é essa, mas sim como homossexuais vem sendo assassinados e porque estão sendo assassinados. Nenhum hétero é assassinado por ser hétero. Com os homossexuais a história já não é a mesma. São mortos por gostarem de pessoas do mesmo sexo.

A entrevista, em si, foi boa. Deu pra ver duas coisas: que quando você está bem preparado, você se sai muito bem. E que, quando você não pesquisa o perfil de seu entrevistado, você sai muito mal. Silas Malafaia se saiu bem, para os conceitos dele. Usou seu discurso e defendeu suas ideologias com convicção. Marília Gabriela por outro lado, pareceu mais neutra, com medo de rebater as declarações. Dois motivos podem ser apontados para isso: ou a entrevista foi comprada, como muitos sugerem, ou a jornalista não se preparou para o debate. Particularmente, a segunda explicação é a mais coerente.

Rodrigo Toller.

Na busca da união do jornalismo com o entretenimento, alguns veículos de comunicação acabam errando na medida, e levam ao ar reportagens meio ridículas. No vídeo abaixo, eu e minha equipe demos um exemplo de reportagem errada na forma de se construir. Um vídeo muito legal, que rende boas risadas. 😉

Programa da “rainha” lidera as tardes de sábado da Globo. Mas isso não significa sucesso total.

Divulgação

Você deve estar se perguntando: como uma boa audiência significa a decadência de produção? É simples… Xuxa conquista a liderança na audiência, mas não com números bons. Cá entre nós, 9 pontos para a Globo é a mesma coisa que estar em último lugar, atrás até da Gazeta! Segundo os dados prévios do Ibope, neste sábado (17), Xuxa liderou o horário com nove pontos contra seis da Record e cinco do SBT.

Os números falam por si só: o programa de Xuxa não é tão bom assim. A rainha dos baixinhos ultimamente tá mais pra rainha da sucata. Sem nenhum talento para apresentar programas, Xuxa leva ao telespectador uma mistura de besteirol com músicas. A audiência não é a mesma dos seus programas infantis, afinal não tem desenhos para distrair as crianças da insosisse (criei essa palavra) da apresentadora. Apesar de liderar a audiência, os números provam duas coisas:

1º Quem assiste Xuxa aos sábados em vez de Raul Gil ou o filme da Record tem aquele velho pensamento: “porcaria por porcaria, eu fico com a Xuxa”.

2º É mais saudável ler Harry Potter do que ligar a tv para assistir Xuxa. Melhor deixar a tv desligada, só assim a conta de energia (que vai ser aumentada) diminui.

A Globo tem sérios problemas na produção de programas de entretenimento. Xuxa não é o único caso de falha de produção da emissora carioca. O programa de Fátima Bernardes é um ótimo exemplo daquilo que NÃO SE DEVE FAZER em programas que misturam o jornalismo com o entretenimento. Ou seja, devemos ter um programa com foco e funções definidas. Um encontro e não um desEncontro.

Foto: Divulgação/Record

Uma coisa é certa: aquilo que dá certo e apresenta bons resultados na televisão, não tira férias. Continua no ar, vendendo merchan e dando lucro pra emissora. Esses resultados satisfatórios não estão acontecendo com o “Programa da Tarde”, da Record. (mais…)

Como primeiro post, apresento o blog: O Midiatizando, é um blog de crítica de mídia. Aqui, o leitor pode conferir as mais variadas opinião sobre a mídia brasileira que, em alguns aspectos é completamente ridícula interessante.

Nos últimos anos, a mídia brasileira tem passado por mudanças. Mudanças, na realidade, que nada significaram. São apenas de fachada. Apesar de ter melhorado na qualidade da transmisão, a qualidade de alguns programas não acompanharam a evolução tecnológica: muitas das atrações de tv tem uma linha editorial antiquada e, não bastasse, ainda beiram a anarquia geral. Mas anarquia vende. E essa é a grande desculpa: se vende, porque não manter no ar? Não que o povo goste da anarquia. Mas a mídia prepara a mente do ser humano sobre aquilo que ele deve pensar. Já estamos acostumados com esse tipo de programa. Se torna uma atração à parte, uma oportunidade para descansar do seu chefe chato que enche seu saco no trabalho. Enquanto você descansa do chefe, as emissoras vendem. Muito inspirador.